segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Ritual

Eu cada vez mais me convenço de que existem quatro tipos de pessoas diferentes no mundo: as lustra-chapeleta, que ficam só chupando a pontinha sem botar o treco todo na boca, as lambe-poste, que ficam com a língua ao redor sem performar a coisa de fato, as garganta profunda, que realmente caem de boca no assunto e se especializam, dão tudo de si, e as que não chupam nem chuparam nunca.
Embora destes o grupo maior fique por conta daqueles na população que nunca meteram a benga alheia na boca, não era com eles que eu estava preocupado. Pelo contrário, para ser um investigador sério na academia eu precisava me focar justamente no grupo minoritário, garganta profunda, como no clássico filme da antiguidade.
Era meu tíquete final para escapar de vez da masturbação acadêmica e entrar em um assunto com mais profundidade, gozaria do prestígio eterno de meus pares se eu pudesse completar minha pesquisa: Metodologia Aplicada para uma Nova Visão Sistematizadora da Prática Felaciadora como Categoria Holística da Coletividade. Era uma verdadeira jogada de gênio, uma teoria que me permitia, de uma só vez, juntar a posição do sujeito moderno no mundo, a prática deglutidora, os lábios da Angelina Jolie, a garganta de Jenna Jameson, os arquétipos jungianos, a psicanálise freudiana e a termodinâmica, tudo numa teoria só.
O sucesso de meu método só pode ser plenamente agraciado ao se ver a extensão que alcançou, pois até mesmo cartilhas de alfabetização chegaram a ser impressas utilizando-se de minhas descobertas, cuja distribuição foi, de última hora, proibida, em virtude de certo coronel Feliciano que se sentiu ultrajado e entrou na justiça para proibir a obra, queixando do capítulo sobre a letra F: Feliciano felaciou com felicidade o falo falso do feroz Felício.
Foi nos últimos dias, quando eu completava minha teoria de forma final, que os estranhos sonhos começaram. Uma porra duma mulher alienígena, de cabeça piramidal, vinha e me felaciava todas as noites. Eu acordava todo melado, sem saber se se tratava de polução noturna ou uma mensagem de seres espaciais.
Por fim, ainda sobre efeito desse sonho que me assombrava, pude defender minha Tese. Pela medição feita na véspera e aquela imediatamente posterior à obtenção do título, percebi que o feito implicou no incremento automático de dois centímetros no tamanho total da minha bazuca. Ávido para comemorar fomos a uma festa noturna onde pude encontrar bela dançarina a quem eu disse: morde essa salsicha, gata!
Até hoje não sei porque disse tal coisa, e tudo a partir daí tornou-se turvo em minha memória, a não ser aquele grito ecoando nos corredores da casa e ouvidos alheios enquanto eu via aquela bela mulher com a boca ensanguentada levando nos dentes meu pedaço de carne. Agora sim eu pertencia ao clube.

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