E houve um tempo em que eu adorava a ‘Semana do
Tubarão’, mesmo com os exageros e o certo sensacionalismo típico dos
canais Discovery, mas desde que para eles a realidade (mesmo exagerada)
passou a não bastar mais, e começaram a produzir pseudo-documentários
após pseudo-documentários, não consigo nem mais sintonizar na maldita
semana do tubarão.
Agora, dando continuação aquela coisa ridícula sobre o
Megalodon, vai passar aqui no Brasil outra pérola, desta vez
sobre os famigerados ‘submarinos’, tubarões brancos bem acima dos
maiores tamanhos registrados; verdadeiras lendas marítimas ou urbanas,
como preferir. É na mesma linha dos programas sobre as sereias e dragões
e do pouco conhecido aqui no brasil Animal Planet ‘Lost tapes‘, que pendiam mais para o terror e sobrenatural e faziam o estilo ‘filmagem encontrada’.
Entendam. Não é que seja um programa especulativo nos qual os documentaristas crédulos vão atrás de alguma criatura lendária ou
criptídeo, daqueles que os caras terminam com um tufo de pelos (que
mais tarde descobrem que é de um animal comum) ou uma imagem borrada e
ambígua, como na série Animal X. Não, não é isso. Não se trata deste tipo de programa, que também é bem ruim.
Este programa da semana do tubarão do ano passado segue o mesmo gênero dos programas sobre dragões, sereias e sobre o megalodon.
São pura ficção, mas apresentada desavergonhadamente como um
documentário e, caso você não preste atenção nos alertas e desmentidos,
quase escondidos e super rápidos que aparecem no meio ou ao final, você
pode ser enganado e acabar achando que aquilo é um documentário mesmo,
já que, em tese, é para isso que canais como o Discovery Chanel e Animal
Planet serviriam. Claro, você pode concluir que há algo de muito errado
simplesmente por causa dos problemas de produção, cada vez mais
desleixada, e por causa da canastrice dos ‘participantes’ (atores) e no
diálogo esquisito (roteiro ruim).
Para maiores detalhes, veja os comentários da zoóloga marinha sul africana Michelle Wcisel sobre o programa aqui, no qual ela relata os furos e inconsistências dele. Cada vez mais ficção (ruim) e menos informação.